O medo que nos move (Parada obrigatória para prosseguir)

 O medo que nos move


Às vezes, sem querer, me deparo pensando em um futuro distante, é sufocante, angustiante, a ideia de fazer um corte no tempo por alguns instantes e imaginar fragmentos de nossa vida não vivida, como em estante suja do tempo que ainda nem existe.
Essas lembranças, que são meras especulações, nos trazem medo, nos faz indagar: além de mim, quem estará lá?
Por óbvio que o pressuposto e petulância de achar que eu estarei lá, não passa de um desejo sombrio, esperançoso, temeroso fim honroso.
Depois de tanto pensar, retomo em mim, revolto, engano-me: já venci três décadas, vencerei mais três.
Infelizmente, não é um jogo de xadrez, não há estratégia que nos faça vencer. Para os pessimista, é uma batalha perdida, com um passaporte bem definido, o tempo que corre sem cansar, insaciável, vendeu teu momento para o próximo, a vitória é dele.
O "eu era feliz e não sabia" junto ao "será se serei feliz um dia", é a antítese de quem vive entre a o imutável e a especulação. Maldito medo que te faz paralisar no meio termo; que te faz desejar alcançar a plena felicidade, como uma criança anseia tocar a lua cheia próximo ao horizonte, você cansa, faz de cada passo ritmo para sua dança, sem deixar espaço pra velha criança, você tá parado, está atrasado para levantar do mal que no começo te fez pensar sobre um amanhã. Lave o rosto, deixe que o resto do dia seja ocupado com momentos de cada instante do agora, pegue a felicidade nos braços, quebre o medo em pedaços, então corra e vai embora.

(Autor: Joctã Lindoso Galvão)

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